terça-feira, 2 de julho de 2013

Da queda de Vítor Gaspar

Após 2 anos de legislatura, cai Gaspar, o Ministro das Finanças deste sempre e cada vez mais, submergível país. De todo o folclore popular que se fez com a figura, que agora se desvanecerá, lentamente, com a história, fica acima de tudo, a imagem da Academia dos nossos dias: uma instituição que, no pergaminho, investiga, inova e renova o conhecimento, mas que lida atabalhoadamente com a realidade; que impõe o seu método ao que existe, sem se adaptar; que combate desemprego com folhas de Excel; que espalha "prestígio" (internacional) sobre problemas de "carne e osso", sofridos por quem a quem pouco dizem as palavras "prestígio" ou "internacional" qualquer coisa de concreto ou efectivo; uma Academia delicada, para uma realidade dura (seria engraçado brincar aqui com a expressão tough love, mas infelizmente, parece haver, isso sim, um duro afastamento, uma dura incompreensão).

Com Gaspar, parte o professor de Economia adorado pela Europa, o certificado académico, o rigoroso professor laureado pela toti-omnipotente (no cenário europeu) Alemanha. Parte e não deixará resultados. Parte e não deixará saudades. Desprende-se duma realidade que não era a sua, verdadeiramente. Mais: Gaspar bate com uma porta que ninguém quererá abrir, desde a sucessora, que já é investigada ainda antes de iniciar funções, por irregularidades que foram, em última análise, a razão do soçobrar deste "gasparilho" (os contratos Swap, lesivos ao estado português em milhões de euros), aos colegas de partido, já supostamente incompatibilizados "com o rumo de austeridade", à oposição de esquerda que se quer mostrar uma alternativa que todos sabemos de antemão não ser realista ou sequer para levar a sério.

Gaspar é um reflexo. Duma Europa "de canudo", formada, educada, iludida, mas ao mesmo tempo com um desemprego galopante e com abissais situações de miséria, não vistas por cá há muitas décadas. Gaspar é o prenúncio que a Europa do estado social, do farol de civilização mundial, de primeira classe, se tranforma, lentamente, já não numa Europa de voos lowcost ou de fáceis prazeres do desconto sazonal, mas numa triste massa amorfa que ninguém quererá herdar. Uma verdadeira porta que ninguém quererá abrir de novo.

Entretanto, enquanto treme o futuro do Euro e as 27 comadres se maldizem e excluem mutuamente à boca cerrada, a Croácia entra para o clube, entre o esperançada e o desconfiada.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

PSD: eleições e consequências para o futuro

As últimas eleições no PSD foram confirmar aquilo que mais temia para o partido: Menezes ganhou as primeiras eleições directas no partido. Quando digo que a sua vitória era algo que temia, não quero com isto dizer que o partido estivesse bem entregue nas mãos de Marques Mendes. No entanto entre os dois candidatos, Mendes parece - me a melhor escolha para o PSD, visto que apesar de conseguir estar mais "à esquerda" que Sócrates e ter um fraco carisma perante a opinião pública, julgo ser um mal menor comparando - o com um Menezes populista, arrogante e conflituoso. Espero estar enganado, mas Menezes só contribuirá para agudizar a constante descredibilização do partido com o seu estilo, que apesar de ser bem visto pelas bases do partido, não me parece de todo ser suficiente para derrotar Sócrates em 2009. Fica para 2013 uma segunda oportunidade.
Acima de tudo o que o PSD tem de fazer para conquistar eleitorado é "virar"o seu discurso para a direita, uma vez que o tradional espaço de centro/direita do PSD tem vindo a ser ocupado pelo PS ao longo destes dois anos de governação Sócrates e a esquerda é matéria para PCP e BE se entreterem com as suas tradionais bandeiras utópicas. Se o PSD quer ter uma palavra a dizer em 2013 terá de assumir um estilo Liberal (sim, como nos bons velhos tempos de Sá Carneiro) colocando - se ao lado de todos aqueles que são afectados pelo sindacalismo militante, pelos aristocratas da função pública que terão sempre o rabo colado à cadeira, façam a porcaria que fizerem (ou aquilo que nao fizerem) e pela legislação laboral que impede a mobilidade necessária ao desenvolvimento do país. Enquanto o PSD não fizer uma profunda reflexão quanto ao seu papel no espectro político nacional, continuará "ligado à máquina" através de líderes medíocres que mais não irão fazer do que uma oposição "rasca" ao PS que para ajudar à desgraça do PSD governa com maioria absoluta. Borges, Ferreira Leite, Rio e restante elite liberal do PSD: "Where are you?"

sábado, 22 de setembro de 2007

Scolari = Vergonha!

Acerca do caso Scolari, a minha opinião é clara: é uma situação que ultrapassa claramente a "tristeza" presidencial! Então há quem ponha a imagem do país no lixo, ao agredir claramente um adversário e tudo é tratado como se nada fosse!? Ou melhor, o castigo é o menor possível!? Primeiro, será que se o treinador fosse um português o tratávamos de forma tão condescendente? Creio que não. Mas isso não é o fundamental, porque não é isso que está a ser difundido. O que se está a dizer é que não temos nenhum melhor que aquel, para o lugar em questão. E isso já torna tudo tolerável? Não, meus caros, discordo em absoluto. A mensagem do desporto, ainda para mais este que é o futebol e que seduz milhões de crianças, não pode ser: "faz tudo o que puderes, bate e esfola, que desde que ganhes, tudo bem!"! Não! O desporto é uma atitude! Uma atitude de tolerância e de respeito pelo adversário, sabendo aceitar a derrota ou a não vitória sempre! Scolari não contribui para o Desporto! Contribui para o tribalismo violento, para tudo o que torna o Desporto menos digno! O mais aceitável seria o seu pedido de demissão, após aquele triste episódio. Tudo bem, todos cometemos erros, mas isso não quer dizer que não devamos ser responsabilizados pelos mesmos. E o nosso maior tribunal é a nossa consciência. Scolari falhou o seu maior teste, o da consciência desportiva. E nós falhámos o nosso maior teste, que era o de sermos vistos como desportistas. Afinal, somos apenas mendigosde vitórias e de taças, como se elas dessem algo de notável à honra do país, se não houver fair-play. O treinador passou de herói a arruaceiro, e nada me convencerá do contrário!

Aliás, que foi aquilo de "vir defender o jogador"? Então um homenzito daqueles vem defender um calmeirão vinte ou trinta anos mais novo, que sabe usar os pés durante 90 minutos mas não sabe defender-se 30 segundos? Ora que desculpa mais esfarrapada! O Filipão é um Filipinho!

sábado, 15 de setembro de 2007

Dalai Lama em Potugal

Dalai Lama esteve em Portugal durante dois dias e não foi recebido oficialmente nem por José Sócrates nem por Cavaco Silva. A cruzada moderna "anti - religiosa" (a juntar a outra, o "anti - americanismo") começa a dar os seus frutos. Já que os mais altos representantes do nosso país se recusam, devido a alguns problemas de laicismo agudo a receber o "lider espiritual dos budistas", ao menos que se dignem em receber o "prémio Nobel da Paz e responsável POLÍTICO do Tibete" que tem sido um exemplo defesa de Direitos Humanos não só para a causa que defende mas também para o resto do Mundo.
Para tentar salvar as honrras governativas esteve presente o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado que usou da sinceridade (valha - nos isso) para dizer que o governo não poderia receber Dalai Lama "devido a motivos que se prendem com as relações entre a China e Portugal". Apesar de poucos acharem este motivo suficiente para não se receber Lama, o ministro sempre conseguiu vir a público e falar verdade aos portugueses. Já José Sócrates prefiriu invocar motivos de "agenda pólítica" (a tal agenda que por estes tempos inclui a recepção ao parvalhão do Bob Geldof em São Bento mas que não arranja tempo para receber Dalai Lama).
No meio de toda esta lamentável situação tenho também algumas dúvidas que partidos políticos como o Bloco de Esquerda que se dizem tão tolerantes quanto às diferentes religiões (todas menos a Católica, essa religião que há poucos séculos atrás ainda queimava pessoas e é a principal responsável pela ignorância na profana e maldita sociedade capitalista que estes "iluminados" tanto odeiam) receberiam o Papa Bento XVI como fizeram com Dalai Lama. Talvez por considerarem a religião budista uma religião "cool" decidam fazer uma coisa que não fariam se a pessoa em questão fosse Ratzinger.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

11 de Setembro de 2001

Definição: Atentado conveniente a vários estados, que a seguir embarcaram numa ridícula cruzada contra inimigos e armas que não existiam, mas passaram a existir. Sofrimento humano, guerras, tudo isto por causa dum tal de Bin Laden.
Bem merece ele o Bin (caixote dos papéis, em inglês), mas não sei quem o comprará (Laden em alemão, é relativo a compra), com aquele feitio, aquela barba e aquela religiosidade tão demodés, mesmo para o Islão.
Dadas as condolências às vítimas (do atentado e posteriores, por causa do mesmo), resta-me lamentar que todos percamos direitos e liberdades que merecíamos por causa de algo tão vago como o terrorismo. Não o temos combatido como ele merece. E isso não se faz com armas, faz-se com diálogo e com condições de vida. Só se revolta quem se vê de fora do sistema. E só estão "de fora" os 2/3 de população mundial no limiar da pobreza. Só Muçulmanos são milhões. Olhem, os Afegãos, que formaram a Al-qaeda depois da seca que há anos os assolou.Pensei o outro dia:
_Quantos sacos de farinha não se comprariam com o dinheiro investido num obus que vai cair lá para o meio dum casamento no Iraque, revoltar mais 200 pessoas que não tinham nada a ver com Americanos nem com guerras santas?
Mas foi só um pensamento. Quem decide isto é que sabe e não sou eu.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Endireitar as ideias

Apresento-me agora aos leitores. Sou o segundo autor deste blogue, Jorge Rebelo da Silva. Tenho a mesma idade do João e ando pela blogosfera já há algum tempo, com dois blogues para os quais tenho tido muito pouco tempo. Esta é, no entanto, a primeira intervenção que faço na blogosfera de cariz político. Faço-o por várias razões, mas acima de tudo pelo contexto em que se insere. Primeiro, a intervenção política dos jovens tem sido praticamente irrelevante. Segundo, a situação política do país está a afunilar-se muito rapidamente, dado que o governo não está a corresponder em pleno às esperanças que os cidadãos nele depositaram, e a oposição de direita, tradicionalmente a única e credivel depositária dos valores cristãos, patrióticos e morais da Nação não está à altura do que lhe é exigido, especialmente o PSD, entretido em escândalos e lutas internas que nada o dignificam, ou ao país.
Temos pois que, para além de a direita sufocar, o mais moderado partido de esquerda, o PS vai "amolecendo" as suas importantes reformas, caindo também em situações de fraca coerência para com o que prometera. Quem ganha com isto? Obviamente, a esquerda radical, nas últimas sondagens já quase a atingir os 14% de representação, o que significa que o país está, necessariamente dependente de uma queda dos números da abstenção para que esta perniciosa facção não ganhe uma posição de conforto no diálogo inter-partidário e governamental que não merece. Não merece porquê? Disso aqui falaremos.
Que poderão os partidos da "boa oposição" fazer para fazer valer as suas razões? Disso aqui falaremos.
Como vai o país? Aqui o abordaremos.
Cumprem os media o seu dever? Cá os criticaremos.
Outros assuntos poderão surgir. O diálogo deve ser saudável e constante, já que também a Verdade muda.
Como já devem ter percebido, ambos os autores, eu e o João, nos orientamos pela mesma área política, se bem que diverjamos em algumas questões, incluindo em visões-chave do que deve ser o Estado. Isso não impedirá, estou certo, que possamos passar a nossa mensagem com sucesso, sucesso esse que será quanto maior quanto maior fôr a participação do caríssimo leitor destas palavras.
Comprometo-me a, sempre que possível, postar um, dois ou mais artigos por semana. Há que acompanhar as novidades.
Saudações à blogosfera e à Nação.

Apresentação

Aproveito a minha primeira participação no "Ideias a direito" para me apresentar devidamente. Chamo - me João Gomes Galrinho, tenho 17 anos e identifico - me ideologicamente com a Direira Liberal Europeia (Conservadora, nos EUA). Oponho me totalmente contra tudo o que puser em causa os pilares da Civilização Ocidental em que vivo com orgulho, nomeadamente todo o tipo de radicalismos provenientes da esquerda ou da direita.
Esta é a minha primeira participação no "mundo da blogosfera". Aceitei o convite do Jorge Rebelo da Silva (meu amigo e antigo colega de escola) para participar neste projecto partilhado a dois, com o objectivo de divulgar as minhas ideias e também provocar debate com todos aqueles que queiram participar neste espaço, através dos seus comentários.

No docorrer da "vida" deste blogue vão certamente identificar algumas diferenças entre mim e o Jorge no que diz respeito aos nossos ideais. No entanto, e apesar das diferenças temos algo que nos une: somos dois jovens de direita, que não temos medo de o assumir (apesar de vivermos num pais onde ser de direita desde 1974 é politicamente incorrecto) e que nunca iremos entrar em discussões sem profundidade ou ofensas, por motivos de discórdia.

Resta - me apenas referir que me comprometo com todos os leitores e também com o meu colega do blogue a publicar 1 post por semana ou 2, dependendo da minha disponibilidade.

Cumprimentos a todos os leitores e espero que gostem do nosso blogue!